



Uma reunião interministerial será realizada na próxima semana, em Brasília, com representantes do governo federal e do setor produtivo orizícola para tratar das dificuldades financeiras diante da queda dos preços e da falta de liquidez relacionada ao cereal. A futura agenda foi confirmada nesta sexta-feira, dia 6, em Porto Alegre, pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, que será o porta-voz da solicitação junto ao governo federal. Segundo o dirigente, a previsão realizada pela estatal de colheita de 12 milhões de toneladas de arroz está se concretizando no país. O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção.
Pretto recebeu representantes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) na sede da Conab na Capital gaúcha. Conforme ele, a reunião nesta sexta-feira foi muito positiva.
“Nós atendemos um pedido que o setor nos fez para esse diálogo nacional”, explicou, destacando que a super safra do cereal é para ser comemorada pois garantiu preço ível para os consumidores. “Isso não é por acaso, pois o governo federal fez toda uma elaboração e implementação de políticas públicas para chegar a esse momento”, afirmou, recordando o financiamento para a produção do cereal por meio do Plano Safra com juros de 3% ao ano e destacando a decisão e a força dos produtores.
O presidente da Estatal também relembra que a Conab voltou a fazer estoque de arroz e que no ano ado o setor de inteligência da instituição já previa uma safra exponencial de arroz no Brasil e também significativa no Mercosul, Estados Unidos e Índia. “Consequentemente, há mais oferta (do cereal) no mercado e na hora da venda tem essa possibilidade de queda de preços para o produtor. Por isso, nós lançamos no ano ado uma política chamada contrato de opção de venda. Disponibilizamos R$ 1 bilhão de crédito para os agricultores para, no momento da comercialização, vender para o mercado ou para a Conab”, acrescentou, referindo-se que a decisão poderia ser tomada de acordo com a alternativa mais atrativa para os orizícolas. “Deixamos de gastar R$ 830 milhões que o governo disponibilizou pois conseguimos contratar apenas. Tínhamos dinheiro para contratar 500 mil toneladas e conseguimos 91 mil toneladas. O recurso voltou para o Tesouro”, pontuou.
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, confirmou a solicitação de reunião em Brasília. “Para que se estude alguma alternativa de apoio ao setor arrozeiro, em função de que hoje os preços estão abaixo do custo de produção”, afirmou.
“O problema não é só preço baixo, mas sim falta de liquidez em função de que o varejo está comprando volumes muito pequenos da indústria apostando em preços menores na semana seguinte. Precisamos de medidas de apoio”, detalhou, referindo-se a necessidade dos produtores honrarem seus compromissos firmados para o plantio do cereal.
Conforme o dirigente, na reunião com o presidente da Conab ainda foi externado que a Federarroz está fazendo uma ação junto aos bancos no sentido de procurar parcelar os pagamentos dos custeios. A Federarroz sinaliza que a comercialização do cereal não está cobrindo os custos de produção de R$ 90,00, contra R$ 70,00 para o preço de venda do saco de 50 quilos.
